“Declaro promulgado o documento da liberdade, da democracia e da
justiça social do Brasil”, disse há 25 anos o então presidente da Assembleia
Nacional Constituinte, Ulysses Guimarães, ao promulgar a nova Constituição
Federal, em vigor até hoje. O Brasil rompia de vez com a Constituição de 1967,
elaborada pelo regime militar que governou o país de 1964 até 1985.
O trabalho que resultou na “Constituição Cidadã” começou muito antes da
Assembleia Constituinte e o fim da ditadura. A luta para acabar com o chamado
“entulho autoritário” ganhou força com a derrota da Emenda das Diretas-Já, ou
Emenda Dante de Oliveira, rejeitada por faltarem 22 votos, no dia 25 de abril
de 1984.
Passadas duas décadas dos militares no Poder, com a restrição de vários
direitos e depois da derrota na votação que instituiria o voto direto para
presidente da República, lideranças políticas, como Ulysses Guimarães, Tancredo
Neves, Luiz Inácio Lula da Silva, Miguel Arraes, Fernando Henrique Cardoso e
muitos outros percorreram o Brasil para tentar unir a sociedade com o ideal de
pôr um fim ao regime autoritário.
Com a impossibilidade de eleições diretas, o então governador de Minas
Gerais, Tancredo Neves, passou a articular a disputa da eleição presidencial no
Colégio Eleitoral, formado por deputados e senadores. Até então, só os
militares participavam do processo. Tancredo convenceu os aliados, deixou o
governo de Minas e se tornou o candidato das oposições. Uma das suas promessas
de campanha era a convocação da Constituinte. Na disputa, o ex-governador
mineiro venceu Paulo Maluf, candidato oficial dos militares.
Com a eleição de Tancredo, estava cada vez mais próxima a possibilidade
do país deixar para trás os anos de ditadura e avançar para o regime
democrático. Mas o sonho, no entanto, se viu ameaçado com a impossibilidade de
Tancredo tomar posse em 15 de março de 1985, em virtude de uma crise de
diverticulite. Internado às pressas no Hospital de Base do Distrito Federal, o
presidente eleito fez uma cirurgia de emergência. No dia seguinte à sua
internação, subiu a rampa do Palácio do Planalto o vice-presidente José Sarney.
Com a morte de Tancredo, em 21 de abril de 1985, Sarney foi efetivado e deu
andamento ao processo de transição.
Em 28 de junho de 1985, Sarney cumpriu a promessa de campanha de
Tancredo e encaminhou ao Congresso Nacional a Mensagem 330, propondo a
convocação da Constituinte, que resultou na Emenda Constitucional 26, de 27 de
novembro de 1985. Eleitos em novembro de 1986 e empossados em 1º de fevereiro
de 1987, os constituintes iniciaram a elaboração da nova Constituição
brasileira. Ao todo, a Assembleia Constituinte foi composta por 487 deputados e
72 senadores.
A intenção inicial era concluir os trabalhos ainda em 1987. No entanto,
as divergências entre os parlamentares, especialmente os de linha conservadora
e os considerados progressistas, quase inviabilizaram o resultado da
Constituinte e provocaram a dilatação do prazo. Foram 18 meses de intenso
trabalho, muita discussão e grande participação popular até se chegar ao texto
promulgado em 5 de outubro de 1988, por Ulysses Guimarães. Foi a primeira vez
na história do país que o povo participou efetivamente da elaboração da
Constituição. Além da apresentação direta de sugestões, a população acompanhou
da galeria do plenário da Câmara os trabalhos dos constituintes.
A participação popular neste momento histórico da política brasileira
pode ser traduzido em números: foram apresentadas 122 emendas, dessas 83 foram
aproveitadas na íntegra ou em parte pelos constituintes na elaboração do texto
final da Constituição. As emendas foram assinadas por 12.277.423 de
brasileiros.
Fonte: Agencia Brasil
Gosto muito do seu trabalho ...sempre ótimas sugestões...Parabéns!!....Gostei de um comentário seu referente a pessoas que pedem respostas...rsrs..adorei..é isso aí...vamos estudar, meu povo!!
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