A ARTE DE ENSINAR...
A arte de ensinar
Dia desses um garoto de 8 anos contava para a mãe suas experiências na
sala de aula. Comentava sobre cada professor, sua maneira de ser e de
transmitir ensinamentos.
Dizia que gostava muito das aulas de uma determinada professora, embora não gostasse muito da matéria.
Comentava, ainda, que detestava ter que assistir as aulas de sua matéria preferida porque não gostava da professora.
Dizia, com a franqueza que a inocência infantil permite: A professora
de História está sempre de mau humor. Ela grita com a gente por qualquer
motivo e nunca sorri.
Quando passa uma lição e algum aluno não faz exatamente como ela mandou, faz um escândalo. Todos os alunos têm medo dela.
Já a professora de Português está sempre sorrindo. Brinca com a turma e
só chama atenção quando alguém está atrapalhando a aula. Eu até fiz uma
brincadeira com ela um dia desses e ela riu muito.
Depois de ouvir atentamente, a mãe lhe perguntou: E por que você não gosta das aulas de religião, filho?
Ah, falou o menino, o professor é grosseiro e cínico. Critica todos os
alunos que têm crença diferente da dele e diz que estão errados sempre
que não respondem o que ele quer ouvir.
E, antes de sair para suas costumeiras aventuras com os colegas, o garoto acrescentou:
Agora eu sei que, por mais complicada seja a matéria, o que faz diferença mesmo é o professor.
***
De uma conversa entre mãe e filho, aparentemente sem muita importância, podemos retirar sérias advertências.
E uma delas é a responsabilidade que pesa sobre os ombros daqueles que se candidatam a ensinar.
Muitos se esquecem de que estão exercendo grande influência sobre as
mentes infantis que lhes são confiadas por pais desejosos de formar
cidadãos nobres.
Talvez pensando mais no salário do que na nobreza
da profissão, alguns tratam os pequenos como se fossem culpados por
terem que passar longas horas numa sala de aula.
Mais grave ainda é
quando se arvoram a dar aulas de Religião e agridem as mentes infantis
com a arrogância de que são donos da verdade, semeando no coração da
criança as sementes do cepticismo.
Quem aceita a abençoada missão de
ensinar deve especializar-se nessa arte de formar os caracteres dos
seus educandos, muito mais do que adestrar-se em passar informações pura
e simplesmente.
É preciso que aqueles que se dizem professores
tenham consciência de que cada criatura que passa por uma sala de aula
levará consigo, para sempre, as marcas indeléveis de suas lições. Sejam
elas nobres ou não.
É imprescindível que os educadores sejam realmente mestres, no verdadeiro sentido do termo.
Que ensinem com sabedoria, entusiasmo e alegria.
Que exemplifiquem a confiança, a paz, a amizade, o companheirismo e o respeito.
Fonte: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=83
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